quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tragédia no Rio - A irracionalidade do animal racional

Não conhecemos os limites do homem, este que se diz racional, que é capaz de pensar e ter sentimentos. Mas alguém já viu algum animal irracional matar os seus, que não seja para saciar a sua fome? A espécie homo sapiens que tem como característica o desejo de entender e influenciar o ambiente à sua volta, mata por sentimentos, vingança, pensamentos conflituosos, são as habilidades em desfavor da espécie. Aonde chegaremos com os nossos conflitos? Qual será o limite do homem nesse mundo cada vez mais concorrido, mais desigual e mais corrupto???
     "Um humano, ser humano, pessoa, gente ou homem é um animal membro da espécie de primata bípede. Os membros dessa espécie têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio, a linguagem, e a resolução de problemas. Estas capacidades mentais possibilitaram o uso dos braços para manipular objetos, fator que permitiu aos humanos a habilidade de alterar o ambiente a sua volta mais do que qualquer outra espécie de ser vivo". 
        Hoje somos possuídos pelas artimanhas de um ego patológico, e esse distúrbio coletivo gera destruição e  sofrimento nas interações humanas. O mundo tem trazido mudanças radicais na maneira de vivermos, o distúrbio da mente humana tem causado impacto destrutivo sobre o planeta, é uma espécie de insanidade coletiva, que nos faz desconhecer o que até os mais próximos seriam capaz de fazer, o diagnóstico seria: ilusões paranóicas crônicas, propensão patológica para cometer assassinato e atos de extrema violência contra "inimigos" imaginados - sua própria consciência - uma insanidade criminosa com breves intervalos de lucidez.
       O Medo, a cobiça e o poder nos faz distorcer a percepção que temos dos outros e de nós mesmos, passamos a ver as pessoas como inimigos, competidores, que nos leva adotar ações equivocadas para satisfazermos nossa necessidade interior de alcançar mais. Tentar ser uma pessoa boa é o que se recomenda, porém, as pessoas tem uma idéia errôneo de que se faz o bem alterando o mundo, e não realiza nenhuma mudança no seu interior, no seu estado de consciência. Fazemos planos sem levarmos em conta o distúrbio que todo ser humano traz dentro de si: o ego. Este sim, é o leviatã do estado natural, o detentor da verdade real sobre quem nós somos, e no que poderemos nos tornar.
       Utilizei-me dessas palavras, para que refaçamos os pensamentos taxativos sobre àquele ou aquilo que tratamos com indiferença, como se nao fossemos sucetíveis de atos tal igual. É duro pensar que qualquer pessoa pode virar um "bandido", mas basta um surto emocional sobre os desamores e desejos inalcansáveis, para quem sabe perpetrarmos nos mesmos infortúnios. Pode virar um bandido também, àquele sentenciado atráves de provas inexistentes ou evidentemente equivocadas, mas que de alguma forma convenceram quem nunca lidou com aquela situação, e deixa se levar pelo sentimento de justiça, ou seria injustiça?
      E essa  sentença revestida do poder estatal, é a mesma que carregamos dia-a-dia, quando deixamos de olhar o mundo como ele é, e passamos a viver numa redoma de hipocrisia, que " meu filho é bem criado", " eu sei educar, mas a (o) fulana (o)..". Todavia, é este mesmo ego de superioridade que nos cega diante de coisas simples que nossos filhos necessitam, enquanto corremos atrás de dar-lhes o que não tivemos, sem  lembrarmos que às vezes o que menos tivemos, é o mesmo que estamos deixando faltar-lhe.
      Sigo os mesmos sonhos de John Lennon, de um mundo sem violência, onde haja homens consciêntes que a terra transformar-se-ia  em paraíso, caso abandonássemos nosso lado primitivo.


Rila Mariá
 
“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”  (Mc 7:21-23).

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